quarta-feira, 29 de abril de 2009

Surrealismo e Ilusão








As imagens são do famoso pintor russo Vladimir Kush, discípulo de Dali.
Para mais imagens e biografia: http://www.vladimirkush.com

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sinfonia da Noite inquieta

"A hora que passe e esqueça... A noite que venha, que cresça, que caia sobre tudo e nunca se erga. Que esta alma seja o meu túmulo para sempre, e que se absolute em treva e eu nunca mais possa viver sem sentir ou desejar".

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Voltaire ou o Otimismo?

Sou uma parte insignificante do grande todo.
É verdade; mas todos os animais condenados a viver,
Todas as criaturas sensíveis, nascidas sob a mesma lei,
Sofrem como eu e como eu também vêem a morrer.
O abutre agarra-se à sua tímida presa
E fere com o bico sanguinário os membros trêmulos:
Tudo vai bem, assim parece, para ele. Mas depois
Uma águia despedaça com suas garras o abutre;
A águia é trespassada pela seta do homem.
O homem, prostrado no pó dos campos de batalha,
Misturando na agonia seu sangue aos dos semelhantes,
Passa a ser por sua vez alimento das aves famintas.
E assim o mundo inteiro geme em cada um dos membros:
Todos nascidos para o sofrimento e a morte comum.
E com relação a este caos terrível direis:
Os males de cada um fazem o bem de todos!
Que bem-aventurança! E quando, com voz trêmula,
Mortal e lastimosa proclamais, 'Tudo vai bem',
O universo vos desmente e vosso coração
Contradiz cem vezes o conceito de vossa mente...
Qual o veredicto da Mente Suprema?
Silêncio! O livro do destino está fechado para nós.
O homem é um desconhecido para si próprio;
Não sabe de onde vem nem para onde vai.
Átomos atormentados num leito de lama,
Devorados pela morte, um escárnio do destino.
Mas átomos pensantes, cujos olhos de ampla visão,
Guiados pelo raciocínio, estudaram as estrelas.
Nosso ser confunde-se com o infinito.
A nós mesmos nunca chegamos a ver ou conhecer.
Este mundo, este palco de orgulho e de erros,
Está apinhado de tolos que falam em felicidade...
Houve tempo em que eu cantei em tom menos lúgubre,
As alegrias do império jovial dos prazeres;
Os tempos mudaram e, com a experiência da idade,
Participando da fragilidade do gênero humano,
Procurando um luz entre a escuridão crescente,
Posso apenas sofrer, porém, não me lamentarei.” (Voltaire)


Esse pequeno poema de Voltaire, uma critica aos otimistas, foi duramente criticado por Leibnitz que acreditava que o mundo em que vivemos é o melhor dos mundos possíveis, que Deus não poderia ter construído outro mais perfeito e que tudo corre às mil maravilhas....

Como contra-resposta Voltaire escreve Cândido, satirizando Leibnitz com a figura do filósofo Pangloss. A história tem como pretexto uma investigação filosófica, onde, por trás de eventos e personagens, o filósofo diz que afirmar que Deus tem um plano-mestre para o mundo, além de ser uma ideia absurda é cheia de contradições se a analisarmos sobre a questão do mal.

Além de ter um fundo filosófico é engraçadíssimo e um dos melhores contos que já li. Recomendadíssimo!